sábado, 7 de janeiro de 2012

O MELHOR É INIMIGO DO BOM!
PENSE...


Leila Ferreira é uma jornalista mineira  com  mestrado em Letras e doutora em Comunicação, em Londres. Apesar disso, optou por viver uma vidinha mais simples, em Belo Horizonte...


(Leila Ferreira)


Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".

Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.

Bom não basta.

O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".

Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.

Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.

O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.

Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.

Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.

Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.

Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?

Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?

E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?

O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?

Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?

O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?

Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.

A casa que é pequena, mas nos acolhe.

O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.

A TV que está velha, mas nunca deu defeito.

O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".

As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo...

O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.

O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.

Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?

Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SARAU de NATAL dos DESGARRADOS

 Com o amigo Eduardo Rangel

 Com o amigo Eduardo Rangel

Hoje recebi este e-mail do meu grande amigo Eduardo Rangel, aliás, como todos os anos ele faz. Adorei o texto do outro amigo, Eudoro Augusto, que veio anexado ao e-mail do Rangel e merece ser divulgado pois, nele está contido com muito humor, um pouco da maravilha que é o já famoso evento batizado pelo Eduardo como o "Natal dos Desgarrados".
Obs.: Por motivos obvios, foi omitido o endereço do Eduardo.

Amigos, só pra lembrar que esse ano tem!
"SARAU de NATAL dos DESGARRADOS - SÁBADO, 24/12 - Noite de Natal.
Aquele esquema simples: cada um pega uns bebíveis e/ou comíveis, violões, flautas e ganzás... E cai pra cá!!!
(O Sarau de natal é uma piedosa festa 'ecumênica' que visa salvar do tédio as pobres vítimas dos presépios e amigos ocultos.)
Amigos chegarão às 21h, desgarrados meia noite, enjeitados duas, três, quatro... obs. não garantimos nozes após as seis.
O endereço é ...
Beijos e Feliz Natal!

O PRESÉPIO VIVO DE RANGEL
Eudoro Augusto
Tem anos que nada peço a Papai Noel. Mas meu ultimo desejo ele não pode negar. Não quero morrer sem passar mais um natal na casa do Rangel.
Ainda não incluído no calendário oficial da UNESCO, o Natal dos Desgarrados, criado e promovido por meu amigo Eduardo Rangel, compositor, vocalista e observador internacional, vem crescendo ano após ano em freqüência, continuidade, elenco e trilha sonora.
Artistas, pré-artistas, pós-artistas, músicos, jornalistas, intelectuais e assemelhados se acotovelam cordialmente pelos recantos e desvãos do evento.
São pessoas amigas, bonitas, agradáveis, educadas. Não há correria quando criados pressurosos saem da cozinha, com olhos arregalados e patês fumegantes. Ninguém atropela ninguém na fila do banheiro, sempre impecável, diga-se de passagem.
No primeiro ato, artistas e platéia, ainda presumivelmente sóbrios, dão o melhor de si no palco natural que se forma ao redor do lendário piano de Eduardo. Só Deus sabe quantas melodias já brotaram daquele teclado... Quantas mimosas bundinhas já pousaram naquele mitológico banquinho giratório...
"Jingle bell, jingle Bell, acabou o papel. Não faz mal, não faz mal, sobe no Borel..." No natal de 2002, um grupo de turistas cariocas foi educadamente convidado a se retirar por insistir em entoar, desafinada e esganiçadamente esse vulgar e inconveniente refrão. Sutileza, discrição e elegância são atributos indispensáveis para participar do Natal do Rangel.
Além da inesgotável ciranda do palco e do pequeno anfiteatro que o circunda, a grande atração é o presépio, a cada ano diferente. Para decepção de muitos, a Virgem Maria habitualmente se retira cedo, levando nos braços o Menino Jesus, que já boceja e se mostra contrariado, proibido que foi em transformar a água em vinho. Todos lamentamos mais essa portaria arbitrária do Buriti, já que o milagre certamente transformaria a festa num chafariz de emoções.
São José, quase sempre às voltas com crises de bursite, raras vezes comparece. E nos últimos anos os Reis Magos passaram a enviar as oferendas por SEDEX: uma caixinha preta, uma caixinha branca e uma caixinha dourada. Segundo o porta voz da casa, que prefere não se identificar, os presentes seguem a tradição: ouro, incenso e mirra, não necessariamente nessa ordem.
Por paradoxal que pareça, a ausência da Sagrada Família dá novo ânimo ao presépio. Os pastores se agitam, as vaquinhas abanam o rabo, as ovelhas negras retocam a maquilagem e um frisson de luxúria percorre a ruidosa manada de cabritinhas.
Seqüências de forte impacto abrem o segundo ato. O presépio invade o palco e o transforma em vertiginoso carrossel. Aí tem de tudo, até cineastas. Bertolucci não chegou, retido que foi por um importuno e desconfiado bafômetro. Mas Pio Gomes é esperado a qualquer momento.
As cenas maias picantes ocorrem geralmente na cozinha, onde Eduardo guarda os temperos fortes. Não há registro, no entanto, de qualquer ocorrência de intoxicação ou assédio abusivo. O famoso caso de Ramona, em 2001, foi apenas um episódio de carência convulsiva.
Poucos lembram da presença de Sheik Mohammed Ben-Gaddi, em 2004. Dono de alguns dos mais produtivos poços de petróleo do planeta e recém-separado de seu primeiro harém, o líder muçulmano em viagem de negócios (passou por S. Paulo) e lazer (uma semana no Rio) comentou com a imprensa local o fracasso de seu primeiro casamento, por ele atribuído ao elevado número de esposas. "Eram 84 mulheres, metades das quais escolhidas por meu pai. Uma canseira. Não podia dar certo... "E agora?" Perguntou aquela afoita estagiária. "Agora, quero um casamento mais tranqüilo. Não estou dizendo que serei monogâmico. Mas pretendo reduzir os gastos com roupa de cama, farmácia e lavanderia, atendendo a um pedido do Conselho Islâmico de meu país."
Ben-Gaddi passou duas horas na festa, observando com olhar arguto a abundante paisagem feminina, da soprano de seios fartos à cabritinha de pernas delgadas. Após breve reunião a portas fechadas na Biblioteca, com o atônito mas impassível Eduardo, o sheik partiu em sua limousine negra rumo ao aeroporto. Mais tarde soubemos que ele decolou nessa mesma noite de Brasília para Salvador. Ali, num ímpeto movido a cachaça e dendê, arrematou um lote de 22 jovens e buliçosas baianas, iniciando assim seu segundo harém. Com considerável redução de gastos.
Em 2005, o CED (Conselho Ético Dos Desgarrados) suspendeu os atos de acrobacia erótica, após lamentável incidente envolvendo a contorcionista romena e o levantador de pesos falsos, da delegação mexicana. Nada disso, entretanto maculou o prestígio e a imagem da festa.
Na edição de 2007, lá pelas 4 da manhã, fui surpreendido por um caudaloso banho de vinho tinto. Preferia branco, ainda mais porque estava de roupa clara. Mas, para surpresa geral da mesa, não reclamei. Não protestei, não xinguei, não estressei. Em qualquer outra circunstância, teria chegado às raias da loucura. Não ali. Apenas me levantei devagar, com o mais amarelo sorriso que encontrei no cinto de utilidades, na reserva especial da hipocrisia social, e fiz um afago na moça. Afinal, ela era bonita e eu tinha ido de carona com ela. Naquele momento me senti plenamente embebido do espírito natalino.
Naquela madrugada não ouvi o canto do galo. Será que o comemos na ceia? Claro que não. A cantoria é que está forte. Mais ou menos nessa hora, minha querida amiga Sônia levanta-se da mesa e se dirige em passos firmes para um taxi que ninguém sabe, ninguém viu. Se fosse outra pessoa, eu diria tratar-se de uma ilusão de vodka, mas Sônia só bebe cerveja. Mais tarde, em depoimento exclusivo ao BOM-DIA, DF, um dos pastores do presépio, que havia saído para queimar uma ponta na beira da estrada, confirmou a existência do veículo. "Era um taxi grande e amarelo, semelhante aos de Nova York, mas com placa de Jericó."
Só posso lhes dizer que quem não conhece o Rangel e o Natal dos Desgarrados, não sabe o que é festa, não conhece a grandeza e a fragilidade do ser humano, não gosta de música, despreza o prazer, não sabe de nada. "Quem sabe de tudo não fale, quem sabe nada se cale, se for preciso eu repito." E vou repetir, não com minhas palavras, nem com os versos de Paulinho, mas com o depoimento emocionado de um viajante veneziano, que me segredou antes de desfalecer: "Comparado ao Presépio de Eduardo Rangel, a Terça de Carnaval na Ladeira do Pelô parece uma reunião de senhoras rotarianas, numa casa de chá em Curitiba."

Eudoro Augusto - 01.01.2009

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não me interessa saber o que você faz para ganhar a vida.
Quero saber o que você deseja ardentemente, se ousa sonhar em atender aquilo pelo qual seu coração anseia.

Não me interessa saber a sua idade.
Quero saber se você arriscará a parecer um tolo por amor, por sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua.
Quero saber se tocou o âmago da sua dor, se as traições da vida o abriram ou se você se tornou murcho e fechado por medo de mais dor!  Quero saber se pode suportar a dor, minha ou sua, sem precisar escondê-la, reprimi-la ou narcotizá-la.

Quero saber se você pode aceitar alegria, minha ou sua; se pode dançar com abandono e deixar que o êxtase o domine até as pontas dos dedos das mãos e dos pés, sem nos dizer para termos cautela, sermos realistas, ou nos lembrarmos das limitações de sermos humanos.

Quero saber se consegue desapontar outra pessoa para ser autêntico consigo mesmo, se pode suportar a acusação de traição e não trair a sua alma.

Quero saber se você pode ver beleza mesmo que ela não seja bonita todos os dias, e se pode buscar a origem de sua vida na presença de Deus.

Quero saber se você pode viver com o fracasso, seu  e meu, e ainda, à margem de um lago, gritar para a lua prateada: “Eu Posso!”

Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se pode levantar-se após uma noite de sofrimento e desespero, cansado, ferido até os ossos, e fazer o que tem que ser feito pelos filhos.

Não me interessa saber quem você é e como veio parar aqui.
Quero saber se você ficará comigo no centro do incêndio e não se acovardará.

Não me interessa saber onde, o quê, ou com quem você estudou.
Quero saber o que o sustenta a partir de dentro, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se consegue ficar sozinho consigo mesmo e se, realmente, gosta da companhia que tem nos momentos vazios.

domingo, 12 de junho de 2011

De Beto Dourah e Raquel Becker... amizade e parceria musical.

 Nos conhecemos há alguns anos mas, foi somente na virada de 2010/2011 que decidimos unir nossas vertentes pop, sua pegada pop rock e meu estilo mpb soul poético e surgiu então à partir daí uma grande parceria. Para seu novo álbum que está com lançamento previsto para o segundo semestre de 2011 temos já definidas 3 parcerias que são: Desacelerei, Mulheres de Leão e Coisas Que Eu Adoro. A Raquel me apresentou algumas idéias de letras, versos soltos e eu sugeri melodias dentro do que ela pensava e acertamos no alvo. Fiz harmonias e melodias e as letras fizemos juntos. Além do privilégio de poder compor com Raquel Becker, tenho também a honra de ter estas 3 músicas produzidas pelo renomado Marcelo Sussekind, ícone do Rock Nacional e grande produtor musical da atualidade. Apresento à vocês um pouco mais da história de sucesso da cantora Raquel Becker...

 

RAQUEL BECKER / SENTIDOS

 A cena musical brasileira nunca esteve tão efervescente e criativa como nos dias de hoje, com inúmeros artistas surgindo em todas as regiões do país, propondo trabalhos abrangentes, que incorporam uma imensa diversidade de estilos e gêneros musicais.

 

São propostas musicais criativas, que observam um sotaque regional ou urbano, mas o elevam á uma linguagem de compreensão universal, tornando-se por isso mesmo, mais “vivos” e relevantes dentro do contexto atual. Dito isso, vamos direto ao assunto.

 

E nosso assunto é o CD “SENTIDOS”, segundo álbum da carreira solo de Raquel Becker. Solo, porém bem acompanhada, pois Jorge Vercillo, Paulo Calasans e Rodrigo Santos (Barão Vermelho) são alguns dos artistas presentes no CD. Isso sem citar os excelentes músicos de sua banda.

 

‘SENTIDOS’ é um disco cheio de grandes músicas e ótimas idéias. Impossível captar toda a riqueza do trabalho em uma simples audição. Repleto de canções pop com acento genuinamente brasileiro, mesclando belas melodias, harmonias sofisticadas e senso rítmico apurado, Raquel articula com muita habilidade seus recursos musicais, costurando esse material com o impacto de um texto moderno e direto.

Suas letras observam e comentam o mundo, mas narram, acima de tudo, as paisagens emocionais da cantora, carregando de lirismo e novos significados, fatos aparentemente banais. São anotações intuitivas dispersas sobre aqueles romances eternos, mas com breves períodos de duração, flertes fulminantes, sexualidade sem restrições e amores urgentes que pedem calma e oxigênio.

 

São a soma e a subtração de todos os sentimentos sinceros, sob sua ótica pessoal e intransferível.

 

Excelente intérprete de sua própria obra, Raquel coloca sua a voz, de timbre claro e expressivo, á serviço das exigências estéticas de cada canção, com técnica, calor, paixão e bom-gosto.

 

‘SENTIDOS’ revela também uma forte marca autoral, apresentando 13 canções inéditas, sendo 9 assinadas por Raquel com os parceiros Zeppa, Alexandre Mendes e André Bertran. Completam o repertório do disco, músicas de Jorge Vercillo, João Vargas, Dudu Falcão e Jota Maranhão.

 

Raquel prefere as composições de comunicação imediata com melodias e refrões bem construídos. Quando decide fazer canções de forte apelo emocional e fácil entendimento, Raquel acerta em cheio e entra em cena uma compositora de mão cheia, com talento natural e espontâneo para o sucesso.

 

Natural de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, e radicada em Brasília desde os quatro anos de idade, Raquel Becker desde cedo têm contato com a música ao ganhar de seu pai, aos seis anos de idade, um pequeno violão que se tornou seu brinquedo preferido. Estudou bateria em escolas especializadas e participou do XVIII Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, onde estudou com Pascoal Meirelles e Renato Vasconcelos em janeiro de 1996.

 

Participou ainda de diversas bandas de rock em Brasília.

Em 2008 estreou em disco com o lançamento do CD ”O MELHOR LUGAR” através da gravadora carioca Zap Music. Produzido pelo maestro José Américo Bastos, a música “Antes e Depois”, destaque do disco com a participação do cantor e compositor Leoni, ex-Kid Abelha, obteve uma execução significativa nas rádios do Rio e Brasília.

 

O CD ‘SENTIDOS’ foi gravado em São Paulo, entre julho e agosto de 2009, no Midas Estúdio. Produzido por Lampadinha, todas as faixas têm arranjos escritos por Paulo Calasans, que também pilotou os teclados, ‘samplers’ e as programações.

 

O disco conta ainda com as participações super-especiais de Jorge Vercillo, na faixa “Você é Tudo” e Rodrigo Santos na faixa “Sentido do Vento”, ambos fazendo duetos vocais com Raquel.

 

Os músicos são: Zeppa: Guitarras;Vinícius Rosa: Guitarras e Violões; Alexandre Cavallo: Baixo; Christiano Galvão: Bateria;
Paulo Calasans: Teclados e Programações; Paulo Anhaia:  Backing Vocals.

 

Raquel Becker inicia a tourné de lançamento do álbum ‘SENTIDOS’, dia 04 de setembro de 2010, no anfiteatro “Dragão do Mar” em Fortaleza. Segue para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e João Pessoa.

 

E depois? No sentido do vento!

sábado, 4 de junho de 2011

Encontros... amigos...

Com Jorge Vercillo

 Com Jessé Sadoc e Glauco Fernandes

 Com André Neiva, Glauco Fernandes e Jorge Vercillo

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mulumba Tráfica

M u l u m b a   T r á f i c a















Amizade recente mas com aquela certeza de que já pertenciamos a mesma tribo há muito tempo. Foi essa e imressão que tive quando conheci o Proutor Musical, Raper, Poeta e Músico Alisson Melo ou Mulumba Tráfica. Proundo conhecedor da música negra noreamericana, sabe tudo sobre o R&B e o Soul. Foi empatia imediata!
Hoje, juntamente com  o Produtor Musical Ariel Haller Feitosa, é o responsável pela produção musical do meu novo álbum e DVD.


Alisson B. Melo (Mulumba Tráfica) Nascido em 1981, em Campos Belos (GO), cresceu nas periferias de Brasília, sendo atualmente morador do Paranoá. Trabalha com produção musical e preza pela mistura em seus trabalhos, onde incorpora ritmos que variam do regional goiano ao jazz norte-americano. Entretanto, devido sua trajetória de vida, adotou a música negra brasileira como forma de expressão e principal influência em seu trabalho. Em 1993, com 12 anos de idade, ganhou seu primeiro instrumento, uma guitarra, fato que o levou a se envolver com a música. Sem o apoio necessário da família e por isso sem muitas oportunidades para estudar música, tornou-se instrumentista autodidata. Nesse mesmo ano teve contato explosivo com o rap. Adotou a banda Câmbio Negro como referência musical e política e compôs poesias cantadas em ritmo de rap. Sua carreira musical iniciou-se em 1.994, com a formação de seu primeiro grupo – Rap de Rua – com o amigo Josafá (Hulk). Em 1.996 formou o segundo grupo – JURI– com os amigos: Anderson Maia, Marcelo Silva e Higo B. Melo. Em 2001 com dois dos membros do grupo JURI: Higo Melo e Anderson Rodrigues, formou o grupo Ataque Beliz.
N’quele mesmo ano começaram a desenvolver um trabalho artístico “musicultural” baseado no teatro, dança, poesia, rap e na experiência individual de cada integrante. Em 1.999, paralelamente às atividades do Ataque Beliz, desenvolveu seu primeiro trabalho solo, intitulado Fábrica de Jazz, composto pela mistura de elementos do jazz e do rap. Em 2.001, o Ataque Beliz realizou shows por todo o Distrito Federal e que se estenderam a algumas regiões do país. Ainda nesse ano enxergou a oportunidade de dedicar-se à produção musical devido à carência de produtores musicais no DF que compreendessem suas idéias. Tal fato aliado a uma maior facilidade de adquirir computadores (devido a queda de preço, ocasionada pela rapidez com que se tornam “obsoletos”), possibilitou-lhe acesso à tecnologia, que somado aos instrumentos que possuía em casa e sua vontade de aprender o tornaram produtor musical autodidata. Atualizando-se constantemente e produzindo variados grupos dos mais distintos estilos, participou juntamente com o Ataque Beliz, de eventos internacionais, tais como: Feira de Música Internacional (DF) e Feira de Música de Fortaleza.

Ariel Haller

Ariel Haller

Há cerca de dez anos recebi uma ilustre visita em minha casa, Ariel Haller. Na ocasião conversamos muito sobre a música contemporânea feita no Brasil, a música que ele produzia e a que eu fazia. Me presenteou com um CD Promo do maravilhoso Angel Duarte do qual era produtor musical na época.  Eu acabara de lançar o CD Hoje à Noite e dei um de presente para o Ariel. Combinamos que ele faria uma produção pra mim e agora, 10 anos depois, este sonho está se realizando.
  
 Ariel Haller Feitosa é Produtor Musical e Músico, Vencedor do maior prêmio de HIP HOP da América latina (PRÊMIO HUTÚZ 2008) como melhor produtor musical, já trabalhou com vários artistas da cena HIP HOP e da BLACK MUSIC nacional. É DJ profissional, tendo uma vasta experiência tocando em vários Clubes e festas pelo Brasil. Atualmente vem se destacando como um dos melhores produtores da cena HIP HOP do país. Finalista de 2 anos seguidos do prêmio Hutúz como melhor produtor de Hip Hop do Brasil, músico de mão cheia, se destaca em suas produções tocando vários instrumentos. Tem também acompanhado alguns artistas de HOP HOP e da BLACK MUSIC ao vivo como guitarrista. P Produziu recentemente os seguintes trabalhos: GOG (AVISO AS GERAÇÕES), (Ganhador de 3 prêmios Hutús 2007), RELATO BÍBLICO (ALTO DO GUETO) Ganhador do prêmio HUTUZ, de melhor álbum Gospel de Hip Hop de 2007), DINO BLACK (MAIS FÁCIL AMAR AS ROSAS QUE OS SEUS ESPINHOS), DEMENOS CRIME (REVERTÉRIO), DJ ADRIANO APRESENTA (PROJETO RAÍZES), DINA DEE (FILHA DO REI), NEGO CHIC E OS GUERREIROS, LINDOMAR 3L (DAS RUAS DE MINAS), RAPADURA (DO ENGENHO A CIDADE GRANDE), VIELA 17 (LÁ NO MORRO), e o primeiro CD titulado “VOZ ATIVA” da CUFA. EM 2007, produziu o DVD e o CD ao Vivo do GOG (CARTÃO POSTAL BOMBA), que foi gravado no Teatro Nacional de Brasília, com a participação de vários artistas consagrados da MPB, LENINE, MARIA RITA, GERSON KING COMBO E O PAULO DINIZ. Nesse trabalho além de assinar a Produção Musical, tocou guitarra na banda que acompanha o GOG. Em 2008 e 2009, vem fazendo diversos trabalhos de produção musical com vários artistas como: Mv Bill, Ellen Oléria, Lívia Cruz, Indiana Nomma, Gog, Alexandre Carlo (Natiruts) entre outros. Ariel Haller Feitosa, Também trabalha em alguns projetos sociais, voluntariamente em ONGs como: “Projeto Raízes” (SP), Gog “Convida” (DF), e também na Cufa. Apresentador e Programador musical do Programa Ação Periferia da Cufa, programa que vai ao ar todos os sábados das 19h00 horas ás 20h00 horas, na radio nacional AM da Radiobrás. Além de ter o seu próprio selo o “Haller Music” e ter a sua própria banda o SOULCHAYIL. Tem um vasto currículo. Trabalhou nas produções como músico e produtor nos álbuns do GOG, Consciência Humana, MV Bill, De Menos Crime, Código Penal, Stillo Radical, Provérbio X, Dina Di (Visão de Rua), Cirurgia Moral, Dino Black, X (Câmbio Negro), Nonsenz, Rapadura, Dj Alpiste, Angel Duarte, Inquérito, Pegada Black, Banda Black Soul, Ellen Oléria, Indiana Nomma, Kiko Santana, Junior (Jah Live), Lindomar 3L, 3RG, Lívia Cruz, Anistia, Viela 17, Mpb Black, Sabedoria de Vida, Os Guerreiros, Cipriano, Vadioslocos, Alexandre (Natiruts) entre outros.

Meu encontro com o Maetro Levino de Alcântara

Levino de Alcântara
















Em maio/2011 estive na Rádio Nacioal de Brasília para uma entrevista. Ao sair do estúdio encontrei uma das figuras mais ilustres da música brasileira, quiça mundial, o maestro Levino de Alcântara. Com uma Alegria contagiante, me abraçou com carinho acolhedor e eu, sem jeito e surpreso só consegui dizer "Nossa, que honra!".

Justa e necessária homenagem
Quase de surpresa, volta à cidade para uma única noite de homenagem um dos mais importantes nomes da história da música em Brasília. É o maestro Levino de Alcântara, que deixou a cidade há 25 anos e cujo grande feito entre nós foi ter criado a Escola de Música de Brasília, instituição que dirigiu até 1985. A Escola de Música de Brasília e várias gerações de músicos da cidade prestam homenagem ao maestro responsável pela formação de várias gerações.

Aos 89 anos, o maestro receberá uma homenagem de mais de 300 músicos, entre instrumentistas e cantores, sob sua própria regência. O evento acontece no Teatro da Escola de Música, que curiosamente até pouco tempo levava o seu nome. Não se sabe porque o reconhecimento foi desfeito.
Músicos que foram alunos e colegas de trabalho do maestro Levino de Alcântara participam da homenagem, como o percussionista Nei Rosauro,  que virá dos Estados Unidos; Marena Sales, no violino; Guerra Vicente, no violoncelo; Glêsse Collet, na viola; Denise Gomes, no violino; maestro Cláudio Cohen, no violino; Toni Botelho, no contrabaixo; Kleber Lopes, no oboé; José Nogueira, na clarineta e Almerindo Gomes, trombonista  que completou 90 anos.
Além deles, músicos de todas as orquestras e coros da Escola de Música de Brasília, compostas por alunos e professores, músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Orquestra Filarmônica de Brasília e Orquestra Jovem da UnB. No programa, Alvorada do Eescravo, de Carlos Gomes; Concerto para violino e orquestra n.4, em Ré Maior – 1° movimento, de Wolfgang Amadeus Mozart, com a solista Ludmila Vinecka; Concerto para piano e orquestra n.1 – 1° movimento, de Beethoven, com a solista Alda de Matos e o Magnificat, de Heitor Villa-Lobos.
Pernambucano de origem, Levino nasceu em Recife em abril de 1922. Iniciou os  estudos musicais com seu pai e, incentivado pelo maestro Eleazar de Carvalho, transferiu-se para o Rio de Janeiro , onde cursou a Escola de Música do Brasil e o Conservatório Nacional, sob a orientação de Villa-Lobos. E em Brasília foi pioneiro: em 1957, regeu um grande coro no Núcleo Bandeirante, levando arte aos trabalhadores que construíam a capital. Em 1963, fundou o Madrigal de Brasília, até hoje em atividade.
Em 1963, em Brasília, fundou o Madrigal de Brasília, primeiro grupo coral da capital federal, em atividade até hoje. Estimulado pelo Ministro da Educação e Cultura, esforçou-se pela construção da Escola de Música de Brasília, uma escola profissionalizante de música. Hoje, mora em Conceição do Araguaia, onde continua trabalhando com jovens regendo corais.  A apresentação de hoje, apesar de lugar comum, é considerada histórica. Nesta última quarta, dia 18, Levino deu uma palestra sobre a história da EMB, da qual se retirou por discordar dos rumos que tomava em meados dos anos 1980.
A homenagem concerto desta noite começa às 20h, na própria Escola de Música de Brasília, 602 Sul, com entrada franca.
da redação

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Autobiografia





Nasci na rua Conde do Bonfim na Tijuca, bairro da cidade do Rio de Janeiro (RJ), numa manhã chuvosa de quarta-feira do mês de outubro, às 9:40, talvez por este motivo eu goste tanto de chuva! Filho dos sergipanos Edson e Maria. Meus irmãos são a Cé (Celeste), dois anos mais velha e o Júnior (Edson Júnior) o caçula, 10 anos mais novo. A música, penso eu, já estava comigo antes mesmo de eu nascer. Digo isso porque acredito que a veia artística não é conquistada, ela já vem como acessório do indivíduo. Tenho algumas lembranças de ficar cantando enquanto brincava e meus pais confirmam isso e contam que eu corria pra pegar minha guitarra de brinquedo quando via o Roberto Carlos na TV e ficava ali em frente a tela “tocando”.
Mudamos-nos para Brasília nos anos 70. Foi lá que bem cedo a música passou a tomar conta de mim. Tinha uns 12 anos mais ou menos e guardo dessa época uma lembrança preciosa, o colégio no qual estudava nos levava todas as manhãs de domingo para assistir aos concertos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, os famosos "Concertos Para a Juventude". Impressionava-me com os instrumentos diferentes, o som dos contrabaixos, dos cellos, das trompas... Muito tempo depois essa fonte jorrou em mim quando compus, por exemplo, “Viagem” que tem um arranjo de cordas que me remete àquelas preciosas manhãs de domingo. Nesta mesma época participei do coral no mesmo colégio e aí realmente percebi que era aquilo que eu queria fazer, cantar. Aos quinze anos tive um encontro com o violão. Foi pra sempre. Na adolescência comecei a compor e mostrava pros amigos, pra família. Descobri então os festivais e participar deles passou a ser uma constante. Foram muitos durante muitos anos. Em Brasília, Goiás, interior de Minas Gerais. Tive a sorte de sempre classificar uma duas e até três músicas em cada festival, porém nunca fui vencedor de nenhum apesar de sempre chegar aos primeiros lugares. Fui entendendo então que meu lugar não era ali, e concluí também algo muito importante, não aprovo festivais, não acho que exista música melhor ou pior, afinal existem gostos diferentes, preferências, assim como algumas pessoas preferem ouvir um estilo a outro. Nunca mais participei de festivais. O lucro foi ter conhecido muita gente boa, algumas se tornaram grandes amigos com os quais convivo até hoje. Passei a ouvir muito, ouvia música o dia todo, e conheci então a música de meus ídolos maiores, a música brasileira do Clube da Esquina, Beto Guedes, Flávio Venturini, Lô Borges, Milton Nascimento. Juntarem-se a eles Cassiano, Hildon, Tim Maia, Djavan, Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Cláudio Zolli. Ouvi muito também a música negra norte-americana que, acredito, tenha sido minha maior influência. Jackson Five, Marvin Gaye, Steve Wonder, Ray Charles, enfim a inesquecível Motown e as produções maravilhosas de Quincy Jones. Chegava o fim da era vinil e o CD era a novidade. Nos shows intimistas que fazia as pessoas perguntavam sempre se eu não tinha um disco gravado. Foi então que em 1994 produzi de forma independente meu primeiro trabalho em estúdio. Chamava-se Destino. Depois deste, consequentemente vieram Lado Zen em 1998, vencedor do Prêmio Renato Russo que foi idealizado pela Secretaria de Cultura do DF em homenagem a um dos maiores compositores da minha geração que havia falecido seis meses antes, duas músicas, Lado Zen e Destino fizeram parte da trilha sonora da novela Serra do Luar da Rede Minas de Televisão, depois vieram o single Celestes em 2000, Hoje à Noite em 2001, com participação especialíssima de Jorge Vercilo, Beto Dourah Coletânea em 2004, uma compilação contendo 19 das minhas músicas mais executadas dos trabalhos anteriores e uma forma que encontrei de comemorar com meu público dez anos de produção fonográfica, também era completamente independente e artesanal e marcou o início do Movimento Cantando Pelas Beiradas, do qual fui idealizador e tinha com ele a pretensão de unir músicos independentes como aconteceu com o Clube da Esquina em Minas Gerais e também com o OutroSsim no Rio de Janeiro, em 2005 lancei o Sorte que pra mim é meu melhor trabalho pelo fato de me sentir maduro. Quando era criança e na adolescência, tive o privilégio de ouvir muita música de qualidade graças ao bom gosto de meu pai que me apresentou Ray Charles, Steve Wonder, Beatles e outras preciosidades. Tudo isso aflorou no momento em que comecei a compor. Fiz uma mistura de sonoridades e estilos, juntei com minha poesia que também foi fruto da poética mineira. Que beleza, estava pronta a liga. A música negra norte-americana me influenciou muito, porém, só no CD Hoje à Noite, lançado em 2001, foi que essa coisa eclodiu de vez. O CD tem nítidas influências deste estilo nos arranjos vocais, nos grooves, nas letras. Ali também ficou evidente pra quem conhece a boa música mundial a forte influência da nigeriana Sade Adú. Se tenho um ídolo, chama-se Sade Adú! Gosto muito de tudo que ela fez e realmente me espelhei em seu jeito suave de cantar, na rítmica latina que ela impõe às suas canções, nos elementos que utiliza, enfim é minha maior influência. O CD Sorte foi pra mim a consagração dessa liga. Ali pude abusar de todas as influências sofridas em minha formação musical. O Sorte ficou consistente e com cara de maduro causando a mesma impressão a muitas pessoas que já conheciam meu trabalho. Sorte mesmo eu tive ao encontrar algumas pessoas que foram marcantes na minha trajetória. Jorge Vercilo foi uma das preciosidades que conheci. Em 1998 fui convidado a realizar um show no Mistura Fina no Rio de Janeiro. Palco requisitado por grandes nomes da música nacional e internacional. Foi um grande momento da carreira. Ouvi no rádio do meu carro uma música de um outro cantor carioca chamado Adil Tiscatte que me deixou impressionado. Parei o carro pra ouvir direito, eu fico meio desligado quando escuto coisa boa! Depois descobri que ele era amigo de Ruy Godinho, produtor artístico, publicitário, radialista e jornalista um grande amigo meu, outra pérola que cruzou meu caminho. Através do Ruy cheguei ao Adil e o convidei a participar do meu show no Mistura Fina. Como sabia que ele e Jorge Vercilo pertenciam ao mesmo movimento cultural, o OutrosSim, pedi a ele o contato do Jorge. Meu encontro com Vercilo foi maravilhoso! Algumas coisas me impressionaram, sua simplicidade e seu tratamento carinhoso. Já conhecia algumas coisas dele até porque sua música mais famosa naquela época tinha sido tema de uma novela global. Ele pediu pra eu mandar meu CD pra ele, nessa época eu morava em Brasília e ele no Rio. Mandei o Lado Zen que era o que eu estava lançando naquele momento. A resposta foi imediata, ele adorou o CD, os arranjos, as letras, a parte técnica. Nossa amizade ganhou força quando o convidei a participar deste mesmo show no Mistura Fina. Cantamos a música Praia Nua dele e Véu e Sintonia de minha autoria e de Vivian Lus, outra pérola. Incrível mesmo foi quando percebi que nossas vozes eram muito parecidas, mesmo timbre, com algumas sutis diferenças como, por exemplo, seus falsetes que são simplesmente fenomenais! Isso é bem simples de se explicar, viemos da mesma escola, curtimos os mesmos cantores durante a fase de formação musical, tivemos as mesmas influências. Jorge Vercilo é hoje um grande ídolo nacional e eu me orgulho muito em tê-lo como amigo. Já combinamos de fazer música juntos, algumas parcerias. Tenho planos de já no meu próximo trabalho ter algo nosso. Em 2001 ele participou do meu CD Hoje à Noite cantando a música Celestes de minha autoria. Ele também assinou os arranjos vocais. A música até hoje é bastante executada em rádios principalmente do nordeste. Edson Júnior é um jovem cineasta pertencente a mais nova geração. Seus trabalhos são sempre voltados para temas sociais. Tive a honra de assinar a trilha sonora de dois de seus trabalhos, o curta A Flor e a Senzala de 2003 e o maravilhoso média-metragem Auroras de Ébano em 2005. Neste a sintonia foi total porque eu acabara de lançar o Sorte que trazia como faixa de encerramento do CD a música Rumores que fala sobre racismo. Foi casa e botão. Ele adorou a música e ela passou a ser então a trilha sonora do filme que trata justamente deste tema, médicos, atores, jornalistas negros que alcançaram uma posição de destaque na sociedade com sua inteligência e seu trabalho. Silvério Lemos também é um nome importante pra mim. Durante um curso de formação de atores ele apresentou o CD Lado Zen ao dramaturgo Ney Ferreira que na época estava produzindo a novela Serra do Luar. O Ney me pediu as músicas Lado Zen e Destino pra serem parte da trilha sonora da novela como tema de amor de protagonistas. Aceitei de imediato, claro! Dois anos depois o Ney escreveu a novela Terra Prometida e mais uma vez me pediu música para trilha da novela e eu cedi Celestes, música do CD Hoje à Noite que gravei com a participação do Jorge Vercilo. O Tex sempre esteve comigo, desde o primeiro trabalho. Um verdadeiro parceiro! amigo, gente muito boa e acima de tudo um exímio guitarrista. Esteve em Los Angeles durante dois anos se especializando no GIT e fez trilha para filmes por lá. Lançou um excelente CD com seu quarteto instrumental que é formado justamente pelos mesmo músicos que habitualmente me acompanham e gravam comigo. Sidnei Brito foi talvez o nome mais importante que já cruzou meu caminho. Grande músico, arranjador, especialista em música gospel que também tem forte influência na música que faço. O Brito foi produtor musical do CD Sorte e no Hoje à Noite ele produziu as músicas Charme, Vinte Sóis, Flash Back, Hoje à Noite e Eu Me Rendo. Naquele momento decidi que ele seria o produtor do meu próximo CD. Todos que se aproximaram de mim durante todo esse tempo são singulares no sentido de terem sido únicos, fundamentais. A maior das pérolas que encontrei chama-se Vivian Lus. Em pouco tempo se tornou parceira constante. Letramos juntos várias músicas e dividimos outras coisas mais. Produziu a maioria dos show que fiz nos últimos oito anos e contribuiu nas produções dos CDs Lado Zen, Celestes, Hoje à Noite e Beto Dourah Coletânea e no CD Sorte além de ser parceira na faixa Croqui também conduziu a produção executiva e assinou as fotos da capa e encarte. Humildemente tentei retribuir tudo isso com a música Lus. Compus essa música vendo-a dormir. muitas outras músicas foram feitas para ela, como por exemplo Charme do Hoje à Noite. Hoje tenho certo que meu estilo está definido. Faço agora o som que sempre quis fazer espelhando meu interior que é conteúdo de minha percepção. Mas não pretendo ficar por aí, quero aprender mais, ouvindo mais e absorvendo mais e sempre criar coisas novas. Utilizar, por exemplo, elementos eletrônicos considero ser uma necessidade e evolução, mas o melhor é que gosto das possibilidades que essa tecnologia me proporciona, mas ainda me sinto flertando com o eletrônico. Loops, interferências sempre valorizam o que pretendo passar. Isso se tornou possível pra mim depois de ter experimentado esses recursos no Hoje à Noite aliados as execuções reais de músicos super-competentes, afirmo até que o Sorte seja uma continuidade do projeto anterior.
Por fim, me considero hoje um feliz aprendiz da minha própria arte. Sem querer filosofar, já filosofando. Sinto que estou em evolução e minhas canções retratam isso. Quero deixar minha obra espalhada por aí, plantada com raízes profundas, como referência para novos compositores, e minha biografia servindo de exemplo pra muita gente. Beijo dourahdo, luz, paz, amor e muita SORTE.
Beto Dourah - Julho de 2005